Classificação Científica

Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Gênero: Cymbidium
Espécie: C. x hybridum

Maior família botânica da divisão magnoliophyta, com milhares de espécies naturais, além de inúmeras formas híbridas e variedades que se multiplicam diariamente devido a constante busca dos aficionados por novas cultivares. Subdivide-se em cinco subfamílias: Apostasioideae, Cypripedioideae, Vanilloideae, Orchidoideae e Epidendroideae. Existem orquídeas com características muito peculiares que, ao encontrarem condições favoráveis, podem se reproduzir entre si, gerando híbridos férteis, entre espécies e até entre gêneros diferentes, daí encontrarem-se plantas obtidas através de cruzamentos de dois ou mais gêneros diferentes que se fundiram, como ocorre em Sophrolaeliocattleya. A família é representada por epífitas, terrestres ou litófitas, ocasionalmente saprófitas ou lianas e, até aquáticas. Apresentam crescimento simpodial ou monopodial, com o caule variando muito na forma, podendo ser alongado e comprido verticalmente, espesso ou arredondado, achatado e segmentado, porém, sempre reservantes de elementos nutricionais, denominados de pseudobulbos. Suas raízes são revestidas de velame, tecido responsável pela rápida absorção de águas e nutrientes, principalmente nas espécies epífitas e litófitas. Possuem folhas quase sempre alternas espiraladas ou dísticas, raramente opostas ou verticiladas, peniparalelinérveas, paralelinérveas ou peninérveas, espessas, de formatos variados, geralmente nas cores verdes, ou menos freqüentemente coloridas de creme, vinho ou tons ferrosos. Inflorescências basais, apicais ou laterais, dos tipos cimosa ou racemosa, ou ainda, reduzida a flores isoladas; flores comumente bastante vistosas, com tamanhos variados, de dois milímetros até vinte centímetros, em geral bissexuadas, raramente unissexuadas, zigomorfas, diclamídeas, freqüentemente ressupinadas; cálice trímero, petalóide, gamossépalo ou dialissépalo; corola trímera, dialipétala, com a pétala central, distinta das demais, na forma e geralmente na cor, denominada de labelo, onde se fundem os órgãos reprodutores numa estrutura chamada coluna; estame freqüentemente em número de 1, unido ao estilete (ginostêmio), muito raramente 2 ou 3, anteras rimosas; pólen normalmente aglutinados em massas cerosas denominadas polínias; gineceu gamocarpelar, tricarpelar, ovário ínfero, placentação parietal, menos freqüentemente axial, pluriovulados, estigma em mínimo de 3, com 2 férteis, nectários septais presentes ou não. Frutos do tipo cápsula, deiscente que se abre para liberar minúsculas sementes, leves e plumosas. Exceção feita ao gênero Vanilla, com frutos carnosos, abrigando sementes grandes, aromáticas, das quais se extrai a essência de baunilha.

A família Orchidaceae talvez seja a mais comospolita de todas, perfazendo um grande número de espécies que habitam quase todos os rincões da terra, das regiões tropicais até às temperadas, com exceção da Antártida. Estima-se que existam mais de 25.000 espécies e que a quantidade de gêneros supera a marca dos 700. No Brasil existem cerca de 200 gêneros e mais de 2500 espécies, colocando o país como o quarto maior de ocorrência natural, atrás do Equador, Colômbia e Nova Guiné. O que impressiona também é o número extraordinário de híbridos que vão se multiplicando constantemente.

Planta que cativa a todos, sendo largamente cultivada como espécies de vasos floríferos ou flores de corte para decorar ambientes internos em épocas festivas e comemorativas. As espécies terrestres ou litófitas são empregadas nos espaços ajardinados, criando conjuntos isolados, maciços e bordaduras de acordo com a espécie. Requisitadas também para composições de jardins verticais ao lado de outras epífitas ou afixadas em troncos de árvores e palmeiras.

Arpophyllum, Arundina, Bifrenaria, Brassavola, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Coelogyne, Colmanara, Cymbidium, Cyrtopodium, Dendrobium, Doritis, Encyclia, Epidendrum, Galeandra, Gomesa, Gongora, Habenaria, Hadrolaelia, Haemaria, Ionopsis, Isabelia, Laelia, Lycaste, Masdevallia, Miltonia, Odontoglossum, Oncidium, Otoglossum, Paphiopedilum, Phaius, Phalaenopsis, Renanthera, Rodriguezia, Rhynchostylis, Sobralia, Sophrolaeliocattleya, Sophronitis, Spathoglottis, Vanda, Vanilla, Zygopetalum.

Principais espécies

Arundina graminifolia

Descrição

Espécie originária da China, Malásia e Ilhas do Pacífico, terrestre, perene, semi-herbácea, rizomatosa, ereta e entouceirada, crescendo até 2 m. de altura. As folhas são finas, graminiformes, presas a caules alongados, delgados e marcados por anéis que lembram bambu, justificando seu nome popular de “orquídea-bambu”. Inflorescências terminais na cor lilás-esbranquiçada, com labelo arroxeado, surgindo geralmente em grupo de três em cada haste. Existe uma variedade de cor branca. Multiplica-se por divisão das touceiras ou pela separação das plântulas que surgem nas extremidades das hastes, após a floração.

Uso Paisagístico

Planta utilizada nos jardins, produzindo touceiras verticais em meio aos canteiros, criando conjuntos isolados ou funcionando como renque ou plano de fundo à frente de muros e paredes, a pleno sol ou à meia-sombra.

Cattleya guttata

Descrição

Planta de hábito epífito ou rupícolo, nativa do Brasil, encontrada habitando árvores, pedras ou restingas, nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia. Apresenta porte grande, com pseudobulbos eretos, cilíndricos e sulcados, podendo atingir até 1 m. de altura. Suas folhas surgem na extremidade dos caules em número de duas ou três, coriáceas e rígidas, geralmente na cor verde-escura. Inflorescência formada por hastes com até 0,20 m. de altura, suportando floração densa e vigorosa, nas cores verde-oliva ou verde-bronzeado, com máculas escuras, e labelo branco e lilás. Propaga-se por separação dos pseudobulbos.

Uso Paisagístico

Espécie cultivada em ambientes com bastante iluminação indireta, exigindo alto grau de umidade, plantada em substratos de xaxim desfibrado ou em cubos, preferencialmente em recipientes suspensos de vasos ou cestos de madeira.

Cymbidium x hybridum

Descrição

Planta obtida por cruzamento entre espécies exóticas originárias da Austrália, Taiwan, Filipinas e Nova Guiné, rizomatosa, de hábito epífito e terrestre. Apresenta pseudobulbos curtos e achatados, de onde surgem folhas coriáceas, alongadas, lineares, com até 0,60 m. de comprimento, lembrando gramíneas no conjunto. Inflorescências em grandes hastes verticais, com até 30 flores, grandes e vistosas; essas flores são perfumadas, cerosas, nas cores branca, rosa, amarela, esverdeada, carmim, ou mesclada em tons diversos. Propaga-se pela divisão dos pseudobulbos, deixando pelo menos, dois em cada muda.

Uso Paisagístico

Nos jardins á meia-sombra, são utilizadas em recipientes largos, decorando o ambiente não só com suas flores, mas também com suas folhas, alongadas e elegantes. Ideais também para cultivo em vasos de interiores por apresentar floração muito vistosa e duradoura.

Dendrobium nobile

Descrição

Planta originária da China e Himalaia, epífita, bastante entouceirada, de formas variadas, atingindo até 0,40 m. de altura. Apresenta pseudobulbos curtos, articulados, com nós visíveis, na forma de cana, onde se inserem folhas alternas em toda a sua extensão. As flores, com sépalas e pétalas largas e vistosas, surgem ao longo dos pseudobulbos em diversos tons de branco, rosa ou amarelo, com labelo de gargantas marcadas de cores mais escuras, em contraste com o restante da flor. Propaga-se por divisão da planta e por separação de mudas que surgem nos pseudobulbos.

Uso Paisagístico

São cultivados à meia-sombra ou a pleno sol, como planta de vasos, jardins verticais ou pendurados em árvores, nesse caso, produzindo, com o passar do tempo, touceiras floridas, altamente decorativas e de rara beleza.

Hadrolaelia purpurata

Descrição

Planta epífita, conhecida tradicionalmente como Laelia purpurata, nativa da região sul do Brasil, mais precisamente de Santa Catarina, além de parte da região sudeste, preferindo clima frio, bem concentrado nessas regiões. Os pseudobulbos apresentam duas folhas, raramente mais do que isso. Sua floração vai do branco puro, passando por branco com labelos contrastantes, até tons purpúreos com labelos também contrastantes em vermelho, roxo ou amarelo. Propaga-se geralmente pela divisão da planta.

Uso Paisagístico

Espécie da mais apreciadas pelos orquidófilos de todo o mundo e outros aficionados, preferindo ser cultivada em locais bem iluminados e protegidos. Podem ser plantadas em vasos, bem drenados, preenchidos com fibras de xaxim, cascas pinus, coco desfibrado ou carvão. Também cultivada em espaços verticais nos troncos de árvores.

Oncidium varicosum

Descrição

Planta nativa do Brasil, epífita, ocasionalmente rupícola, caracterizada por pseudobulbos ovalados e achatados, de onde surgem duas folhas coriáceas, delgadas, sendo as basais curvadas ou pêndulas. Inflorescência formada por longas hastes verticais, finas, ramificada, que sustentam flores numerosas, pequenas e delicadas, intensamente coloridas de amarelo com mancha marrom na parte superior do labelo; as flores ostentam aroma adocicado e suave. Propaga-se por divisão da planta adulta.

Uso Paisagístico

São cultivadas em vasos, geralmente suspensos ou afixadas aos troncos de árvores, formando belas cascatas de flores sob luz indireta. Também utilizada como flor de corte em arranjos florais e buquês de noivas.

Paphiopedilum insigne

Descrição

Planta originária da Ásia Tropical, de hábito terrestre, menos freqüentemente epífitas ou rupícolas, representada por inúmeros híbridos, de tamanhos diversos, caracterizada por folhas dispostas em leque, rígidas, de textura cerosa, verde, marcada por desenhos em forma de mosaico. Inflorescência muito vistosa, característica do gênero, com sépalas laterais fundidas, formando uma estrutura semelhante a um saco, com sépala dorsal volumosa, muito duráveis. A variedade descrita apresenta flores com predominância da cor amarela-esverdeada com pétala dorsal maculada de marrom. Propaga-se por divisão da planta.

Uso Paisagístico

A variedade P. leeanum é muito vistosa, cultivada principalmente em vasos, à meia-sombra ou sob sol brando, plantada com substrato fibroso.

Phalaenopsis x hybridum

Descrição

Planta originária das Filipinas, epífita, produzida e cultivada em larga escala, geralmente representada por híbridos de diversos tamanhos, caracterizada por caules curtos e raízes robustas que fixam a planta fortemente a seus suportes. Suas folhas, grandes, largas e brilhantes, surgem aos pares, uma de cada lado. Inflorescência formada por hastes compridas, flexíveis, com inúmeras flores duráveis, que vão surgindo ao longo da mesma; essas flores, que se caracterizam pela forma arredondada e labelo pequeno, são bastante vilosas, nas cores branca, rosada, arroxeada, amarela-esverdeada, bicolor, ainda, maculadas com estrias ou pintas contrastantes. Propaga-se por divisão da planta adulta.

Uso Paisagístico

As flores, excessivamente duradouras, permanecem vistosas na planta por várias semanas, tornando a Phalaenopsis uma orquídea comercial e muito procurada para ornamentação de eventos. Dentro de casa são muito apreciadas pela beleza das flores e do conjunto elegante da planta; ideais também para composições de jardins verticais em placas ou vasos suspensos.

Vanda coerulea

Descrição

Planta originária da Ásia, Malásia e Nova Guiné, representada por numerosas espécies epífitas, considerada uma das mais exóticas da família, distinguida pelo seu caule solitário, longo, de crescimento ascendente e indefinido, recoberto por folhas alternas, produzindo desenho em leque, muito característico. Essas folhas lineares, levemente curvadas, de tonalidade verde-forte, com conferem uma aparência delicada à planta. Inflorescência axilar, ereta, que se desponta acima da folhagem, com flores grandes e vistosas, no formato espalmado, com um esporão curto no labelo, na cor azul. Propaga-se por divisão da planta.

Uso Paisagístico

No paisagismo são utilizadas em vasos ou cestos suspensos, dependuradas sob a copa das árvores ou no plano vertical, afixadas em placas.

Outras espécies

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