Classificação Científica

Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Zingiberales
Família: Marantaceae
Gênero: Calathea
Espécie: C. burle-marxii

Marantaceae é uma das maiores famílias da ordem zingiberales, abarcando gêneros muito conhecidos como Maranta, Calathea e Ctenanthe, distinguida por ervas de portes pequeno a grande, perenes, acaules, rizomatosas, de crescimento quase sempre simpodial, às vezes, aromáticas. Folhas simples, em diferentes tons de verde, manchadas ou variegadas, alternas dísticas, pecíolos diferenciados como pulvino, dando movimento à folha, nervação peniparalelinérvea. Inflorescência cimosa, geralmente terminal, ocasionalmente em pedúnculos longos emergentes dos rizomas, freqüentemente subentendida por brácteas espiciformes ou paniculadas; flores habitualmente vistosas, assimétricas, bissexuadas, diclamídeas e heteroclamídeas; cálice trímero, dialissépalo e corola trímera, gamopétala, freqüentemente com uma pétala pouco maior que as outras; pré-floração imbricada; androceu unido às pétalas com 1 estame ocasionalmente petalóide, estaminódios de 2 a 4, petalóides unidos ao estame fértil, anteras rimosas, com nectários septais presentes; gineceu gamocarpelar, tricarpelar, ovário ínfero, trilocular, placentação axial ou ereta, lóculos uniovulados. Fruto tipo baga ou cápsula,com sementes ariladas.

A família Marantaceae com 31 gêneros e mais de 350 espécies, apresenta distribuição pantropical, contudo, é na América Tropical que se concentra a grande maioria dos gêneros e espécies. No Brasil ocorrem 12 gêneros, com aproximadamente 150 espécies, destacando-se Calathea, o mais significativo deles, com dezenas de espécies, além de Maranta e Ctenanthe.

Embora a família apresente um grande número de gêneros e espécies, apenas plantas dos gêneros Calathea, Maranta, Ctenanthe e Stromanthe, são conhecidos nos jardins, sendo Calathea, o que mais espécies empresta ao paisagismo, seguido de Maranta e Ctenanthe. Maranta é o gênero com espécies mais baixas (com exceção de M. arundinacea) apropriadas para forrações de pequenos espaços. Calathea e Ctenanthe são, na maioria, representados por espécies mais altas, que atingem até 2 metros de altura com o passar dos anos, servindo para composições de maciços e conjuntos de jardins maiores. Geralmente as marantáceas são sensíveis às correntes de ar e mudanças de temperatura, além de exigirem cultivo apenas em locais à meia-sombra.

Calathea, Ctenanthe, Hylaeanthe, Maranta, Monotagma, Pleiostachya, Saranthe, Stromanthe, Thalia

Principais espécies

Calathea lancifolia

Descrição

Espécie nativa do Brasil, acaule, herbácea, rizomatosa, de porte ereto, com até 0,50 m de altura. Folhas decorativas, lanceoladas, com ondulação nas margens revestidas na face superior de verde-oliva com pinceladas verde-escuras, ao longo da nervura principal, e página inferior púrpura. Inflorescência em espigas discretas sem valor ornamental. Multiplica-se pela divisão da planta, preferencialmente nas épocas quente e em ambientes protegidos.

Uso Paisagístico

Exige local de cultivo plenamente protegido por sol direto, criando maciços baixos ou renques junto a muros e paredes. Interessante também como planta de interior, preenchendo vasos ou jardineiras.

Calathea louisae

Descrição

Planta nativa do Brasil, acaule, rizomatosa, entouceirada, com cerca de 0,40 m de altura. Folhagem decorativa, de bordas onduladas, limbo verde-escuro, marcado por pinceladas contrastantes de amarelo-creme ao longo da nervura principal. Inflorescência com flores brancas, discretas, protegidas por brácteas verdes, sem valor ornamental. Reproduz-se facilmente pela divisão da planta.

Uso Paisagístico

Espécie muito rústica, cultivada à meia-sombra, como forração de áreas grandes ou criando detalhes de bordaduras junto a outras plantas maiores. Utilizada também na condição de planta de interior em vasos ou jardineiras. Pode ser podada anualmente para revigorá-la e mantê-la baixa.

Calathea orbifolia

Descrição

Planta originária do Brasil, acaule, rizomatosa, de porte baixo, com até 0,25 m de altura. Folhagem com formato orbicular e desenhos bastante ornamentais, verde-acinzentada, produzidos pelas faixas sinuosas que partem da nervura central. Inflorescência sem apelo visual. Multiplica-se pela divisão da planta.

Uso Paisagístico

Espécie muito interessante para forrações devido ao porte rasteiro, cultivada em locais bem protegidos do sol direto. Constitui-se em excelente alternativa para composições contrastantes devido ao desenho variegado da folhagem. Ideal também para compor vasos e jardineiras de interior.

Calathea zebrina

Descrição

Planta originária do Brasil, acaule, rizomatosa, que chega até 1 metro de altura com o passar dos anos. Folhas altamente decorativas, verdes, aveludadas, marcadas por desenhos zebrados em tons verde-escuros. Inflorescência espigada na cor arroxeada, pouco percebida, em razão da posição abaixo da folhagem. Propaga-se por divisão de touceiras.

Uso Paisagístico

C. zebrina é talvez, a espécie do gênero mais cultivada nos jardins, sendo também a mais comum. Espécie de significativa beleza, constituindo maciços e renques muito ornamentais. Deve ser cultivada sempre à meia-sombra, pois a mesma não tolera sol direto de modo algum. Muito apropriada para compor vasos e jardineiras amplas nas mesmas condições de cultivo. Anualmente deve-se proceder podas de limpeza apenas nas folhas deterioradas.

Ctenanthe burle-marxii

Descrição

Planta originária do Brasil, acaule, rizomatosa, de porte baixo com até 0,30 m de altura. Folhagem ornamental, revestida de cinza-prata, pincelada de verde-escuro, lembrando desenho de pena, ao longo da nervura central, com página inferior arroxeada. Inflorescência sem valor ornamental, formado por espiga, protegendo flores inconspícuas, brancas. Propaga-se por divisão de touceira.

Uso Paisagístico

Espécie ideal para forração devido ao porte baixo, além da folhagem prateada que oferece excelente contraste com outras plantas, sempre em locais protegidos do sol direto. Indicada também para vasos e jardineiras de interior.

Ctenanthe oppenheimiana

Descrição

Planta originária do Brasil, acaule, rizomatosa, de crescimento ereto, com cerca de 0,60 m de altura. Folhagem muito ornamental, variegada, nas cores verde, branco e prata, na face superior, enquanto que no verso, apresenta-se colorida de roxo-púrpura. Inflorescência sem apelo visual. Propaga-se facilmente por divisão de touceiras.

Uso Paisagístico

Trata-se de uma das espécies mais popular da família, largamente cultivada em locais à meia-sombra, na formação de maciços e renques, junto a muros e paredes. Ideal também para vasos e jardineiras, nas mesmas condições de cultivo.

Ctenanthe pilosa 'Golden Mosaic'

Descrição

Espécie originária do Brasil e de outras regiões da América Tropical, herbácea, rizomatosa, de porte ereto, atingindo até 1 m de altura. Folhagem verde na espécie típica, e verde com manchas contrastantes de branco ou branco-esverdeado na forma variegada (Golden Mosaic), bastante ornamental. Inflorescência destituída de valor ornamental. Propaga-se pela divisão de touceiras ou rizomas.

Uso Paisagístico

Cultivada preferencialmente à meia-sombra, ou em áreas com sol brando, criando maciços ou renques e proporcionando claridade e luz na composição, em função de suas cores variegadas. Também requisitada para jardineiras e vasos maiores.

Maranta leuconeura 'Kerchoveana'

Descrição

Espécie nativa do Brasil, acaule, herbácea, rizomatosa, de porte baixo, com até 0,20 m de altura. Folhagem decorativa, arredondada, na cor verde-clara, com pinceladas verde-escura ou amarronzada, ao longo da nervura central. Inflorescência na cor branca, sem apelo visual.

Uso Paisagístico

Planta ideal para forração de pequenos espaços, em função do seu porte baixo, cultivada sempre à meia-sombra. Ideal também para formação de jardineiras e vasos nas mesmas condições de cultivo.

Outras espécies

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